terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Falta de soro antiofídico em hospital causa correria


Arlei Zimmermann

Uma desinformação por parte da recepção do Hospital Senhor Bom Jesus, de Araquari, no sábado à tarde, segundo o presidente da associação dos moradores da localidade de Porto Grande, Dorival Siqueira, colocou em risco a vida do seu neto Cristian Alves de Ciqueira, de dois anos e dez meses, que havia sido picado por uma cobra jararaca. Antes de se deslocar até o hospital, Dorival telefonou ao hospital para saber se havia soro antiofídico. A resposta foi afirmativa, e ele levou a criança ao hospital. Mas, ao chegar, foi surpreendido com a informação de que não havia o medicamento.De acordo com Dorival, a postura do funcionário do Hospital Senhor Bom Jesus não foi correta. "Ele deveria ter se informado se havia o soro, para depois mandar eu levar o meu neto. Pelo tempo que eu perdi, me deslocando de casa ao hospital em Araguari, e depois ao Hospital São José, em Joinville, meu neto poderia ter perdido a vida", lamenta Dorival. Cristian foi picado às 16 horas e atendido somente às 17h30, em Joinville.Segundo o consultor ambiental Luiz Delfino de Bittencourt Miranda, sempre que uma pessoa é picada por uma cobra ela tem de tomar o soro em menos de duas horas. Existem três tipos de acidentes com cobras: leve - quando a picada só causa lesão; médio - quando outros órgãos são atingidos; grave - quando a pessoa entra em coma. Conforme o avô do menino, "graças a Deus o caso dele não foi grave, pois, se fosse, poderia ter morrido pela demora do atendimento".A cobra jararaca, que mordeu o menino, conforme Luiz Delfino, é perigosa. "Por ser uma serpente muito agressiva, ela tem todo o prazer de atacar em caso de defesa", diz. Lembra que por causa da mata nativa, na região Norte as jararacas são comuns. "Por isso todo o cuidado é pouco. E o soro antiofídico não pode faltar em postos e muito menos em hospitais", revela.O diretor geral do Hospital de Araquari, Antônio Carvalho, confirma a desinformação do funcionário que estava na recepção na tarde de sábado. "Na verdade ele não mentiu quando disse que havia o soro. O que ele não sabia é que o termômetro da geladeira que conserva o soro estava estragado, por isso não tinha como usá-lo", revela o diretor.Carvalho já solicitou ao fornecedor do aparelho que faça o conserto ou então substitua o equipamento. "Possivelmente ainda hoje (ontem) a situação esteja normalizada. Só tenho a lamentar pelo que aconteceu. Por isso entendo perfeitamente a preocupação do avô do menino", diz Carvalho.

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